sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Carta aberta à Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos


Imagem: "Dia das flores" de Diego Rivera

Senhor Presidente:

A Academia sueca sabiamente outorgou-lhe o Premio Nobel da Paz, um galardão que enaltece e dignifica a condição humana. Imagino que os suecos o honraram com tão alta distinção como apoio a sua atuação de estender a mão não só aos amigos como também aos adversários, e por convidar-lhes para resolver as diferenças na mesa de negociações através do diálogo e do consenso, como se deve civilizadamente aplainar-se o caminho para a paz; e por sua tremenda responsabilidade, não só com seu país como com toda a humanidade.

Senhor Obama: a humanidade necessita da paz, porém sem justiça não pode haver paz, nem tampouco liberdade, nem pode prevalecer a verdade e muito menos o amor. A doutrina social cristã propõe que "a pessoa humana é que há que se salvar, a sociedade humana há que se renovar", e se não se assume a responsabilidade moral e social de que à sociedade humana urge a paz e de que para ela há que se dedicar todos os esforços e sacrifícios que sejam necessários e úteis, então todos os malefícios que agridem a humanidade não poderão ser resolvidos e não poderá reinar nem a paz, nem a fraternidade, nem a solidariedade, nem o bem estar comum e nem tampouco o estado de direito.

Senhor Presidente, por favor, não se esqueça dos prisioneiros de consciência e políticos que apodrecem em vida nas senzalas em diferentes pontos cardeais, dos perseguidos e acusados por suas idéias e princípios democráticos, dos que vivem agoniados por tremenda miséria material e espiritual, desamparados da Declaração Universal dos Direitos Humanos, como é o caso - entre outros - de Cuba, Coréia do Norte e Sudão, dos sequestrados como reféns das mal denominadas Forças Armadas Revolucionárias da Colombia e também do premio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que não goza de boa saúde e está submetida fazem anos, à prisão domicilar em Rangún, Birmânia.

Senhor Obama, modestamente o felicito e lhe desejo de todo o coração que Deus o bendiga, o proteja e o ilumine para que possa colher todos os êxitos que em sua gestão administrativa se propôs, tanto no plano nacional como no muito importante plano internacional. Do mesmo modo que você sou mestiço e estou encarcerado por ser um comunicador social a favor do respeito aos direitos humanos inerentes a dignidade das pessoas humanas.

Pedro Argüelles Morán. Grupo dos 75. Prisão Provincial de Canaleta, Ciego de Ávila, Cuba.

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