domingo, 26 de julho de 2009

Shakira em Canaleta

Talvez este título encha de esperança os presos da prisão provincial de Canaleta, em Ciego de Ávila. Pensando na atuação da famosa cantora colombiana nesta tarde, isto apela ao bom humor desses homens que a custa de mal trato vivem dias esperando que chegue a liberdade; e os que um dia passaram por um sepulcro de homens vivos, de tantos que existem neste mundo planificado para o poder e a maldade.

Os presos daqui, vivazes e brincalhões por natureza, talvez por serem cubanos, batizaram as algemas que têem de usar, para irem aos médicos, como Shakira. Na realidade. de gracioso não tem nada e menos ainda com a vilania extrema de inigualavel pronúnica. Até hoje, 9 de julho, não tive a má sorte de ir ao plantão do hospital provincial Antonio Luases Iraola. Foram lá Jorge Toledo Ortiz, Heriberto Castillo Sánchez e Luis Alberto, o primeiro perdeu a consulta pelo atraso dos militares. Segundo asseguraram à este repórter, Toledo Ortiz e Castillo Sánchez: "pareciamos os supostos terroristas talibãs que se vêem na televisão cubana. A cada movimento da jaulinha temia um acidente, pela péssima habilidade do motorista". Além disso o calor era insuportável, nada se assemelha mais a tortura: dentro de um furgão modernizado e algemado até os dentes, seria preferível haver perdido a assistência médica especializada, diz encerrando um deles.

Esta história é triste porque se ocorrer uma desgraça, os militares de graduação mais elevada lavam as mãos. E pude constatá-lo com o chefe da Ordem Interna Gamboa que me manifestou que esta disposição vem de cima. Finaliza dizendo Toledo Ortiz, que cumpre uma pena de sete anos de privação de liberdade, que teve muito trabalho para que um especialista visse o quisto atrás do cérebro e perdeu o turno. Além disso quase lhe estragam seus humildes tênis quando o oficial do departamento técnico de investigações fêz-lhe uma revista. Por hora não quer saber de Shakira nem na televisão, ainda que seja a bela mulher, muito diferente das algemas que lhe fizeram passar um mal momento dentro de um forno rodante.

Pablo Pacheco, prisão de Canaleta em Ciego de Ávila.


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