sábado, 29 de maio de 2010

Se eu fosse o último



Desde há alguns dias vem se falando e especulando sobre a nossa possivel libertação, os integrantes do grupo dos 75 que ainda permanecemos sequestrados como réfens do totalitarismo castrista. Se as libertações se tornarem realidade não será devido a nenhum gesto humanitário nem de boa vontade do regime comunista cubano, não, não, não. Serão resultado do martírio trágico do nosso companheiro de luta Orlando Zapata Tamayo, do valoroso altruísmo do nosso caro irmão da dissidência interna Guillermo Coco Fariñas, dessas exemplares irmãs que são as Damas de Branco e suas correspondentes Damas de apoio e - com certeza - devido aos próprios êrros e horrores do regime castrista.

Pessoalmente não considero como mais importante minha possivel libertação ou a continuação da minha pena, senão - e isto sim é transcedental - o estabelecimento de um marco de total respeito aos diretos inerentes a liberdade da pessoa humana para todos os cubanos. Precisamente tratando de alcançar esse objetivo foi que nós terminamos nas senzalas comunistas, por nossa luta pacífica a favor da verdade, da liberdade, da justiça, do amor e para que prosperasse em nossa pátria o estado de direito. Eu gostaria de ser o último preso político de consciência na maior das Antilhas, porém sem esquecer nestes momentos a paradigmática sentença do nosso Titã de Bronze "a liberdade não se mendiga, se conquista com o fio do facão".

Pedro Argüelles Morán
Grupo dos 75, Prisão provincial de Canaleta, Ciego de Ávila.

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