segunda-feira, 13 de julho de 2009

O poder da solidariedade


É conhecido através da história que a solidariedade é o que realmente revigora os homens. Quando surgiu a ideia de criar meu blog pessoal com a proposta de Ivan, imaginei algo com sabor de ficção: não sabia o que era um blog e da Internet conheço muito pouco devido a férrea restrição que nos é imposta pelos que se acreditam donos do pensamento, e tratam a todo custo de aprisionar o raciocínio dos cubanos.

Com certeza nos sistemas totalitários sempre haverão homens como Boris Pasternak, que um dia declinou do prêmio Nobel de Literatura para continuar a sofrer as penúrias do seu povo Russo.

Recentemente a blogueira Claudia Cadelo informou que meu blog está sendo traduzido para o portugues e ingles e que se fazem gestões para que seja traduzido para o frances.

O curioso desta história é que fui à capital para conhecer Ivan em pessoa e não pude ter o encontro. Isso foi em 14 de março de 2003, quatro dias depois fui preso durante a onda repressiva desse ano conhecida no mundo como a Primavera Negra.

Conheci Claudia há pouco tempo e só de falarmos ao telefone. O incrível é que parece que os conheço por toda uma vida. Sempre admirei a gratidão, é possível que minha mãe haja me inculcado-a de menino.

Desde o primeiro momento ofereci o blog à todos os meus companheiros da causas dos 75, através de seus familiares, com certeza, aos que conheço e tenho comunicação. Na minha opinião o movimento de blogueiros em Cuba é uma excelente alternativa aos espaços de liberdade de que a Ilha necessita com desespero, cumprindo em seu momento o papel da imprensa estrangeira, quanto às notícias da oposição interna e da dissidência.

Pois me parece que todo aquele que tem um blog é também um dissidente, com a opção de não estar unido a imprensa independente e a própria dissidência, com certeza não competindo com as agências de imprensa forasteiras.

Enfim, trabalharmos pelas notícias, inclusive com perfis distintos, como ocorre em todo o mundo. Por hora me considero a voz dos que não tem blog nesta tétrica prisão. E se vamos ver quem menos voz tem hoje em Cuba, estes são os presos, por diferentes motivos, digo sem medo de me equivocar, que a palavra mais escravizada entre os 11 milhões de cubanos é a dos condenados.
Por isso estamos no dever de ajudá-los, pois Cuba precisa deles e convertemo-nos na capa e espada, na voz daqueles com blog ou sem blog, pois este é o verdadeiro rosto do poder da solidariedade.
Pablo Pacheco



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