Em relação a visita do cantor Juanes à Ilha, suscitou-se entre alguns compatriotas - dentro e fora da ilha - uma lamentável reação de intolerância e repúdio. Isto levou inclusive à atos de intransigência que, no meu entender, não estão de acordo com a essência e o espírito da democracia. Em que se diferenciam estes atos recalcitrantes dos que cotidianamente e de modo sistemático e institucional, comete o regime totalitário castrista? É que para você existem ditaduras de esquerda ou de direitas? Regimens civis ou militares? Pois o que há para mim, não existe nenhum desses qualificativos, existem ditaduras e pronto.
É que Juanes vem cantar para o tirano no seu aniversário, para a nomenclatura que vive um capitalismo de luxos, esbanjamentos e prebendas de todo o tipo ou para o sofrido povo cubano? Irmãos, peço-lhes o favor de analizar essa postura intolerante que só serve ao próprio regme castrista para alimentar seus ódios e justificar seus atos cruéis, inumanos e degradantes contra a mesma população para quem Juanes vem cantar. Compatriotas, não se pode exigir moral em cuecas e se luta-se civilmente por uma nova Cuba, que seja por todos, com todos e para o bem de todos, devemos começar por assumir os enaltecedores e dignificantes princípios democráticos e deixar a intolerância para o regime comunista de Havana.
Pedro Argüelles Morán, grupo dos 75, Prisão provincial de Canaleta, Cuba.
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