
Existem diferentes formas de mentir porém nem sempre se consegue enganar o próximo. Agora mesmo as autoridades de Havana realizam uma feroz campanha contra tudo que discorde da política atual, ao ponto de indicarem um jornalista oficial, sem liberdade de escrever, para publicar um artigo ou uma página web controlada e patrocinada pelo governo da ilha, reconhecendo que o maior perigo da revolução é a corrupção dentro das fileiras do regime que domina Cuba há quase cinco décadas, inclusive desalojando a dissidência pacífica.
E agora. Qual é o temor de publicar o citado artigo no periódico Granma, órgão oficial do partido comunista de Cuba? É ético privar o povo do conhecimento de um fenômeno que não é novo e é arraigado a qualquer sistema de governo? É próprio de medíocres pensar que todos os indivíduos com cargos administrativos no aparato padeçam do...sic...flagelo unniversal que atrofia a mente dos mais débeis numa sociedade dobrada à miséria humana. A imprensa oficial, capaz de aceitar o confinamento do pensamento, vez ou outra procura satisfazer o capricho de uma minoria que desfruta do poder ilimitado.
Em certas ocasiões sentimos compaixão sutil por nossos semelhantes que preferem o silêncio ante um medo muito superior a dor e as consequencias que ele dá origem. É fácil separar, com todas as armas disponiveis, um setor da sociedade que não pode se defender da falácia consumada.
É impossivel que todos os cidadãos coincidamos com uma mesma ideologia. Desde o primeiro instante em que nos cerceiam a opção de opinar e decidir o fututo comum, precisamos nos rebelar com a notável diferença entre escravidão e liberdade. Com certeza não são todos que escolhem viver sob o fogo da repressão e se livrarem da moral dupla que corrói o ideal mais puro.
Desde que faço uso da razão procuro diversas fontes de infomação. É triste, muito triste, pecar por ingenuidade ou idiotice; o benefício da dúvida deve estar sempre presente em cada um de nós. Ninguém, absolutamente ninguém possui a verdade absoluta. Quem se arroga semelhante responsabilidade não passa de um medíocre e posteriormente se converte num cadáver ambulante.
Os sonhos são imprescindiveis para a convivência humana, porém não se vive a vida toda de sonhos. Tal resposta pode fazer nos sentirmos culpados, A culpa nunca cái no esquecimento, tampouco é certo que só exista culpa negativa. A história universal demonstra que só os povos são culpados ou não pela retórica artificial que nos impõem os donos absolutos do poder.
Pablo Pacheco Ávila, prisioneiro de consciência.
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