quinta-feira, 15 de julho de 2010

Cuba como Vice-presidente do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas


Samuel Bak - "Luna"


Estupefatos, atônitos, diria eu, ficamos todos os seres humanos que defendemos os direitos fundamentais de nossos semelhantes nos diferentes pontos cardeais do planeta Terra ao conhecermos a notícia da nomeação de Cuba como vice-presidente do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas no próximo período do desacreditado organismo mundial.

Reconheço e conclamo os governos que pertencem ao citado conselho que é farinha da mesma costela da desaparecida Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, a qual condenou, as vezes, as autoridades de Havana com resoluções que o regime da ilha ignorou em cada oportunidade, fazendo papel de inocente parecido ao de um garoto de 7 anos ao cometer uma travessura pelas costas dos seus pais. A Organização das Nações Unidas deve eliminar esta dependência ou renunciar ao verdadeiro sentido de uma organização de países unidos. Essa interrogação fica nas mãos de cada uma das nações que compõem a ONU.

É um verdadeiro insulto à inteligência do mais medíocre dos humanos. Não é menos certo que em muitos países os direitos das pessoas são pisoteados, incluindo o direito à vida que Deus nos outorga e caduca na morte. Não me refiro aos clássicos violadores senão aos Estados Unidos e a civilizada Europa. Os cárceres de Abu Ghraib e Guantánamo e outros onde as administrações de W. Bush primeiro, e Barack Obama na atualidade, mantêm supostos talibãs por tempo indefinido. É simpático, recordo que o regime talibã não era tão perverso na época que enfrentava o expansionismo comunista soviético e era aliado do Ocidente como é agora.

Do velho continente surgem notícias diárias contra os imigrantes. Enfim, há pano para as mangas. Porém meus senhores, não é a mesma coisa um país onde se violam os direitos humanos. É possivel que isto ocorra na maioria dos governos de todo o mundo à outro estado onde os direitos inalienáveis além de violados são tolerados e legalizados como ocorre neste país. Os responsáveis por cada determinação absurda em seu afã de contradizer o Ocidente que aqui, até os outros dias, um grupo de pacíficas mulheres que pede a liberdade dos seus seres queridos na prisão por motivos de consciência, eram arrastadas e ultrajadas em plena rua da capital cubana por militares e turbas dirigidas pelos escritórios da polícia política.

Apesar das gestões do Cardeal Jaime Ortega Alamino, arcebispo de Havana, a quem apoio incondicionalmente, muitos presos políticos e de consciência ainda estamos em situação difícil, a maioria com doenças graves adquiridas no cativeiro. Inclusive o único que foi libertado do grupo dos 75 até hoje, 22 de junho, depois das conversações e pelo qual me alegro infinitamente, foi Ariel Sigler Amaya. O mundo através da imprensa estrangeira, amigos e familiares que o viram, notaram o farrapo de homem em que o converteram. Com certeza falo da dor física mas também da firmeza das suas ideias tão firmes e seguras como o aço.

O colega com quem comentei sobre o tema acredita, não nego, que esta nomeação pode ser uma arma de corte duplo para o governo do general de exército Raúl Castro, pois estar na vice-presidência do Conselho de Direitos Humanos da ONU o compromete na cruzada que todos temos o compromisso moral de defender: nossos direitos naturais. Em honra a verdade manifesto minhas dúvidas a respeito da interpretação e cumprimento de Havana referente ao tema e a confiança que os países protagonistas da eleição lhe outorgaram. Ainda espero pelo cumprimento. Qual cumprimento? Espero pela publicação oficial dos acordos políticos, econômicos e sociais que as autoridades governamentais rubricaram faz mais de dois anos. Tempo ao tempo é o melhor e mais eficaz testemunho dos fatos.

Pablo Pacheco, Prisioneiro de consciência.
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Um comentário:

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